Nesta quinta-feira (06), durante a sua live rotineira, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse em tom de ameaça que "se não tiver voto impresso em 2022, não terá eleição". A afirmação veio após críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso.
"Acho que ele é o dono do mundo, o Barroso. O homem da verdade absoluta e não pode ser contestado. Se Jesus cristo baixar aqui na terra, ele vai ser boy do ministro Barroso", disse o presidente após ler uma manchete em que o ministro dizia que seria um caos caso a votação impressa retornasse.
Bolsonaro criticou as urnas eletrônicas e disse que o Brasil era a "a única republiqueta do mundo que aceita essa porcaria de voto {eletrônico}".
“Se o Parlamento brasileiro, por maioria qualificada, por 3/5 da Câmara e no Senado, aprovar e promulgar, vai ter voto impresso em 2022 e ponto final. Vou nem falar mais nada, vai ter voto impresso. Porque se não tiver voto impresso é sinal de que não vai ter eleição, acho que o recado tá dado. Não sou dono da verdade, mas eu respeito o Parlamento brasileiro assim como eu respeito o artigo quinto da Constituição", disse.
Bolsonaro defendeu que, ao ser favorável ao voto impresso, é também favorável à democracia.
Ao contrário do que o presidente disse segundo o Instituto Internacional para a Democracia e a Assistência Social (IDEA Internacional), 23 países usam urnas com tecnologia eletrônica para eleições gerais e outros 18 as utilizam em pleitos regionais.
Entre os países estão o Canadá, a Índia e a França, além dos Estados Unidos, que têm urnas eletrônicas em alguns estados. No Brasil, o modelo passou a ser usado em 1996.
Por Kattiúcia Villain